segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Wondering.

No final do ano passado, alugamos uma casa de praia em Florianópolis para comemorar o Natal e Reveillon em família. Na época, o pequeno estava com apenas 2 meses e meio de vida. Era um pacotinho de gente, que sabia apenas mamar e dormir. E chorar. Nessa mesma época, meu sobrinho, nascido 6 meses antes do pequeno, já estava no auge dos seus ativos 8 meses, um sonho distante para mim. Lembro de observar a rotina da minha irmã com ele, dela preparando a comida dele, ele resmungando enquanto esperava, e ela o acalmando dizendo que logo logo estaria pronto. Aquilo para mim era inimaginável. Quando o pequeno estava com fome, ele apenas abria o berreiro e só parava quando sentia o leite na boca. Não adiantava eu tentar acalmá-lo dizendo que eu só precisava desabotoar a blusa e logo logo ele estaria mamando. Ele simplesmente não entendia. Lógico. Depois daqueles dias juntos, passei algum tempo imaginando como seria quando a fome não fosse mais um dos estopins de choro na vida do pequeno. Como seria quando se aproximasse a hora dele comer e ele não berrasse como se não se alimentasse há semanas. Hoje eu sei. De fato as coisas se tornaram muito mais tranquilas. Os choros diminuíram consideravelmente já que ele aprendeu a reconhecer quando a sua comida está a caminho.
Há muitas coisas que eu fico imaginando como serão quando enfim acontecerem. Como será que vai ser quando ele começar a falar e eu não precisar mais adivinhar o que ele está sentindo. Como será que vai ser quando eu não precisar mais ficar correndo atrás dele pelos lugares, e será que ele vai algum dia andar tranquilo explorando o mundo lado a lado comigo. Como será que vai ser quando ele aprender a manusear os talheres e pudermos comer juntos, sem que eu precise interromper a minha refeição para dar-lhe comida na boca. Quando ele entender que é hora de dormir e for para a cama sozinho, quando souber tomar banho sozinho, quando conseguir se concentrar em qualquer atividade por mais do que 5 minutos, quando eu disser que o amo e ele me responder de volta...
Neste final de semana o processo de aprendizagem de fala dele deu um salto. Ou um pulinho. Acho que para nós mães qualquer novidade é um grande acontecimento. Anyway. Até então o vocabulário do pequeno era composto por 'mama', 'papa', 'auau', 'alo', um ocasional 'oi' e muitas palavras que eu jamais saberei o significado. Só ele sabe, se é que sabe. Faz alguns meses já que ele começou a falar palavras de silábas simples e repetitivas. Passamos algum tempo até descobrir se ele fazia conexão entre as palavras 'papa' e 'mama' e o seus significados. Até que um dia, há uns 2 meses, ele viu o respectivo saindo do carro, imediatamente tirou a chupeta da boca e falou todo sorridente 'papa!'. Quase morremos de tanto amor vendo aquela cena. De lá para cá ele começou a falar 'mama' nos momentos mais dengosos, quando vem na minha direção com os bracinhos estendidos pedindo colo, aprendeu a falar 'alo' quando encosta o celular na orelha nos imitando, e fala 'auau' quando vê algum cachorro - o que é um tanto constante na vida dele já que temos três em casa. E aí, nesse sábado de manhã, ele me faz isso...
E foi dada à largada para o bichinho sair falando pelos cotovelos! E a mamãe babona aqui quase morre de vontade de esmagar...

Acho que vida de mãe é um eterno imaginar e esperar pela fase seguinte. Imaginar o próximo passo, com os olhos voltados para os passinhos atuais. É curtir cada descoberta e ansiar pelas próximas. Admirar apaixonada cada traço do seu rostinho e tentar visualizar como ele será daqui uns anos, mais alto, menos bochechudo, o sorriso cheio de dentes. É estar lá e cá, vivendo e devaneando. Desejando que o tempo congele, mas que se possa abrir uma janela para espiar o futuro. Ser mãe, essa eterna bipolaridade.  

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