quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Sweet November. Better yet, the sweetest November.

Novembro é quase fim do ano mas, para mim, ele tá é com cara de começo. Já estamos devidamente instalados e muito bem adaptados. A mudança foi tranquila. Cansativa, porém tranquila. A casa já está 80% (minhas casas dificilmente chegam nos 100% porque sempre arrumo coisas novas para ajeitar na decoração), e nós já estamos 99% adaptados à nova rotina. Não preciso mais acordar o pequeno de manhã cedo para deixá-lo na creche antes de ir trabalhar. Não preciso mais escolher entre arrumar o cabelo ou me maquiar quando perco 5 minutos a mais decidindo qual roupa vestir. Não preciso mais tomar o café da manhã de pé enquanto dou ração para os cachorros e ajeito o lanche do pequeno na mochila. Faço as coisas com calma, no meu ritmo e ainda me sobra tempo para sentar uns minutos com o pequeno para brincar antes de sair de casa. Melhor que isso só ganhando na mega.
E se Novembro é o começo de tudo que eu desejei nos últimos anos, é graças a Outubro. Outubro foi o mês da mudança, do caos, das caixas, despedidas, atualizações de endereço, cancelamentos de serviços, e tudo aquilo que há de mais difícil e trabalhoso para fazer. Mas outubro não foi só isso. Foi também o mês que meu pequeno comemorou seu segundo aniversário. E como comemorou. Fez valer a pena cada detalhezinho escolhido e planejado para a sua festa, me fazendo querer organizar um milhão de festinhas over and over again..
O convite da festa personalizado do jeitinho que eu pedi (cores, modelo, ar vintage) fazia parte do kit impressão que eu detalho mais abaixo...
Basicamente só tenho fotos da mesa principal, mas fora isso havia apenas as mesas dos convidados, balões pendurados em alguns cantos e o espaço de brinquedos dos pequenos. A decoração em si não teve muito segredo: carinha caseira e vintage, parte do que foi usado já era de casa (móveis, caixas de feira envernizadas, quadro de mapa e vasinhos da mesa e da estante) e o resto veio tudo da internet, como as nuvens 3D que enfeitavam a borda do telhado de acesso ao deck, que eu comprei aqui.

Estante de lembrancinhas: sacolinhas que imitavam bagagem compradas aqui, avião de madeira comprei numa lojinha de brinquedos de madeira perto de casa, a letra "A" foi comprado junto com o "2" da foto seguinte aqui, e a placa de check-in veio junto no kit impressão que eu detalho melhor na próxima foto.. 

As placas de aeroporto da mesa, da foto anterior, e mais umas outras que eu coloquei em outros lugares (ex: banheiro, entrada, etc.), as bandeirolas, o convite, o mini-poster dentro do porta retrato azul em cima das caixas (que não dá para ver direito, mas diz "The bad news is time flies. The good news is you're the pilot"), tudo fazia parte do kit impressão comprado aqui

A mala vintage eu achei no mercado livre (nem vale a pena passar o contato do vendedor porque era peça única..) e os balões de nuvens, eu não tenho mais o link, mas foi alguma loja de festas de SP (jogando no google "balão azul nuvem" acha vários lugares para comprar).

Os suportes dos docinhos e bolos eu comprei de MDF simples aqui, depois encapei eu mesma com cartolina branca, fazendo o detalhe da nuvem na borda. Por algum motivo que eu não sei explicar, não gosto de mesas lotadas de docinhos, costumo colocar assim, um ou outro suporte, e distribuo o resto em pratinhos nas mesas dos convidados...

A entrada da casa/festa, enfeitada com mais balões, mais placa de aeroporto e aviões de origami feitos de cartolina. Isso sem contar os pequenos serelepes ❤️


No dia seguinte, quando viu os tios, primo e a turma toda indo embora, o pequeno desatou a chorar. Passou uns bons 10 minutos em prantos no meu colo, eu de coração partido tentando explicar para ele que sabia exatamente o que ele estava sentindo, mas que logo logo nós iríamos nos mudar e não sentiríamos mais essa saudade avassaladora. Passados uns minutos, ele parou de chorar, olhou bem tranquilo para mim e disse "pronto mamãe, passou", levantou e foi brincar. E eu fiquei ali, boquiaberta, tentando absorver todo aquele nível de maturidade emocional de um tisco de gente que de maneira tão simples conseguiu lidar com um sentimento tão duro. Congrats, my little one. For your birthday, for all you are and for always making me want to be a better person!..

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

The bad news is time flies. The good news is you're the pilot.

Outubro chegou trazendo consigo a contagem regressiva: em exatos 10 dias nos mudamos. O ritmo não poderia estar mais frenético. Já faz dois finais de semana eu não consigo descansar, fico para cima e para baixo organizando e resolvendo coisas. Outubro trouxe consigo também um lembrete cruel, o lembrete de que o tempo passa. Aliás, o tempo não passa. Ele voa. Na velocidade da luz. Eu estou prestar a completar 32 primaveras. E o pequeno completará sua segunda depois de amanhã. Dois anos. Dois incríveis anos que passaram sem que eu pudesse me dar conta. Hoje de manhã ele estava preguiçoso, fiquei por alguns minutos observando-o enquanto ele se recusava a acordar para ir para a creche. Ele já não é mais tão pequeno assim. Já está bem comprido na verdade. E já se parece muito menos com um bebê e muito mais com um menininho. Mal e mal consigo reconhecer nele os traços daquele bebêzinho que eu peguei nos braços pela primeira vez há dois anos atrás.
Dois anos que merecem ser comemorados com toda pompa e circunstância. E como uma boa amante de festas de aniversário que sou, eu separei um espacinho dessa correria toda para planejar a festa dele. Que esse ano vai ser duplamente especial: comemoramos mais um ano de vida dele ao mesmo tempo que nos despedimos de tantos amigos queridos que fizemos por aqui. Sábado eu sentei para deixar toda a parte da decoração pronta para apenas ser colocada no seu devido lugar no dia. Já aprendi o suficiente com as festas passadas a deixar o mínimo possível para em cima da hora. Os detalhes já estão definidos a alguns meses. O tema, uma paixão do pequeno: aviões. Se você perguntar a ele do que será a sua festa de aniversário, verá um pequeno sorridente responder num quase grito: AVIÃO!!! Fico imaginando a carinha dele quando ver tudo que preparamos para ele. E me divirto muito com cada passo dessa empreitada: pensando num tema, procurando referências no pinterest, adaptando a decoração que eu vi em imagens no que eu consigo fazer na minha casa, procurando itens na internet para fazer parte do decor, montando eu mesma cada detalhe da festa. Modéstia a parte, acho que levo jeito para a coisa. Ano passado já tinha me deixado bem satisfeita comigo mesma. Esse ano acho que eu consegui melhorar ainda mais.
É meus pequeninos, enquanto a mamãe aqui puder evitar, não vai rolar buffet infantil ou super produções. Vai ter festinha caseira sim, vai ter vovó fazendo bolo e docinho, tia enchendo balão e papai pendurado na escada enfeitando onde a mamãe não alcança. E daqui uns anos vai ter vocês dois me ajudando a recortar, colar e montar. Vai ter festinha caseira sim e, se tudo der certo, vai ter filho tomando gosto pelo prazer de criar ele mesmo o cenário dos seus sonhos...   












Fonte: todas as fotos acima foram tiradas do pinterest há meses atrás, quando eu comecei a pensar na festa. Não tenho mais o link direto de cada uma...   

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Big bro, little sis.

Não sei se já comentei, mas eu sou a caçula de 3 irmãs. Três filhas, três crianças pela casa. De cara isso remete a uma imagem de muita bagunça, brincadeiras, um pouco de brigas e muita arte feita em conjunto pelas irmãs. Mas não é assim que eu me lembro das coisas. Provavelmente porque lá em casa não haviam três crianças correndo pela casa. Haviam três filhas em estágios completamente diferentes da vida. A mais velha, tem 9 anos a mais que eu, a do meio 5. Eu não cresci tendo 2 irmãs, eu cresci tendo 3 mães. Eu só fui descobrir o que era de fato a parceria entre irmãos quando entrei na faculdade. Foi quando nós descobrimos que havia amizade e companheirismo além do cuidado fraternal.
Quando nós começamos a planejar nosso segundo pequeno, uma das primeiras coisas que passou pela minha cabeça foi: como será que o primeiro pequeno reagiria? E, em seguida, uma palavra: ciúmes. Lógico que eu sei que isso necessariamente vai acontecer. Já me disseram inclusive que preocupante é quando não acontece. Hoje ele tem toda a minha atenção e do respectivo. E logo logo ele não só vai perder parte da atenção, mas vai ter que dividi-la com um serzinho que requer muito mais do que ele. Mas eu sempre tive um sincero receio da extensão e profundidade que esse sentimento pode tomar. Certa vez eu fui visitar uma colega que tinha acabado de ter filho. Ela me pediu ajuda com o sling, queria que eu a mostrasse como usá-lo. Eu não tenho o hábito de pegar bebês dos outros no colo. Sei lá, coisa minha. Mas ela acabou me pedindo para pegar o pequeno dela e me mostrar como colocá-lo no sling. Nesse momento o meu pequeno estava em algum lugar da casa dela distraído com qualquer brinquedo. Mas, em milésimos de segundo, quando me viu segurando o bebê, ele surgiu grudado na minha perna me pedindo colo.
Eu fiquei com aquela cena na cabeça durante um bom tempo. Um indício de como as coisas seriam quando tivesse outro bebê pela casa. Há poucos dias, fomos passar o final de semana na casa de um casal amigo nosso e sua filhinha de apenas 2 meses. Passado o estranhamento inicial, vi meu pequeno apaixonado pela bebê, querendo estar perto dela o tempo todo, pegando a mãozinha dela e encaixando seus dedinhos dentro para que ela pudesse segurar, cantando para ela dormir e preocupado quando a via chorar. Um pequeno que eu sempre vi como um furacãozinho, de repente se mostrou cheio de cuidado e ternura com um bebê que ele nunca havia visto. E a pequena? Olhava fascinada para ele, olhinhos arregalados que transbordavam admiração, cada vez que o via perto.
Quando nós descobrimos a gravidez, logo contamos para o pequeno. Mostramos as imagens do ultrassom, falamos que havia um peixinho dentro da barriga da mamãe - referência a uma música de um grupo infantil que nós adoramos. Aí a barriga começou a crescer, descobrimos o sexo, e o peixinho a peixinha ganhou um nome. E o que parecia tão abstrato para o pequeno, agora é totalmente concreto. Ele anda num amor com essa barriga que dá gosto de ver. Abraça, beija, conversa, brinca, canta. Me diz para beijá-la e abraçá-la também. Chama ela pelo nome - ninguém pronuncia o nome dela tão lindamente quanto ele - e diz que vai cuidar dela. E quando acaba o momento, me pede para cobrir a barriga de volta e dá tchau pra ela. E eu fico ali, babando, inundada pelas imagens de uma relação de amor e carinho que aos poucos está nascendo e que irá durar uma vida inteira. Que venham também as brigas, o ciúmes, o lado negro da coisa toda. Tenho uma leve sensação de que isso será irrelevante perto da grandeza do que está por vir... 
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/112238215691109286/

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

News from beyond.

Dois meses se passaram desde minha última postagem Shame on me. 60 dias e um bocado de novidades por aqui. De lá para cá o pequeno desenvolveu a linguagem num ritmo difícil de acompanhar. Uma leva de frases novas por dia. Uma leva de coisas surpreendentes saindo da boquinha dele. Ô fase boa essa. Apesar dos momentos de birra e dele testar nossa paciência e limites de vez em quando, digo de longe que essa é, até então, a melhor fase dele. Nós conseguimos explicar as coisas para ele e ver que ele entende o que falamos. Isso não tem preço. Ele aprendeu a pedir o que quer, o que diminuiu consideravelmente os choros diários. Igualmente sem preço. Mesmo na madrugada. Quando ele acorda, não chora, apenas me chama. E nessa mesma intensidade da novidade na fala, veio o carinho. Ver ele apertando os bracinhos ao meu redor num abraço forte, dar beijos espontâneos, fazer carinho com a mãozinha quando está deitado no nosso colo, procurar deitar mais e mais pertinho quando estamos na mesma cama. A mais pura e perfeita tradução do que é o amor.
Nesses 60 dias, não só o pequeno cresceu. Minha barriga cresceu. Sim, estou à espera do nosso segundo pequeno. Aliás, pequenA. Completamos a família, pode fechar a conta! E ao mesmo tempo que meu coração parece transbordar de felicidade, de vez em quando me pego inundada pelo medo. Se já foi difícil com o pequeno número 1, como será agora com dois? Logo agora que o pequeno chegou numa fase tão deliciosa, lá vamos nós começar tudo de novo. Como será dar conta da amamentação enquanto um pequeno serelepe chama "mamãe" a cada 10 segundos e me carrega pela casa me pedindo para brincar com ele seja lá do que for?! Há uns 10 dias, fomos visitar um casal amigo nosso que teve bebê recentemente. Eu estranhei tanto, parece que eu nunca havia vivido aquilo. Não sei mais como é ficar com um bebê no colo que não sustenta o corpo sozinho. Não sei mais como é não poder largar em qualquer canto quando eu simplesmente canso de carregar no colo. Não sei mais como é ter que decifrar choros, adivinhar o que se passa com um ser tão pequenino, tão frágil e vulnerável. Não sei nem mais trocar fralda! Mentira, acho que sei. Eu só não quis tentar com a pequenina deles. Mas deve ser como andar de bicicleta né?! A gente nunca esquece...
E dessa vez eu tenho um trunfo a meu favor: minha família estará pertinho de mim. Consegui finalmente a tão sonhada vaga na minha terrinha. Estamos voltando. Soa tão lindo isso que eu ainda nem acredito. ESTAMOS VOLTANDO. Poderia repetir mil vezes, e ainda assim a ficha só vai cair quando eu estiver de fato lá. O que na verdade me coloca no meio de um novo caos: organizar toda a mudança. E, acredite em mim, não é pouca coisa. E não só organizar a mudança, organizar também a festa de 2 anos do pequeno junto com a nossa despedida daqui. Isso tudo enquanto eu me perco em devaneios de como será a nova casa, a decoração, os quartos dos pequenos. Isso tudo enquanto eu aguardo ansiosa cada próximo ultrassom, imaginando como será a chegada da mais nova pequena.
Mil e uma coisas acontecendo por aqui. Mas, dessa vez, são as mil e uma coisas mais lindas do mundo ❤️
   

quinta-feira, 14 de julho de 2016

I'm standing here until you make me move...

Temos um novo ritual diário. Todo dia respectivo me deixa no ponto de ônibus a caminho do meu trabalho e de lá ele leva o pequeno na creche. Todo dia, quando saio do carro, abro a porta de trás para me despedir do pequeno. Todo dia, quando abro a porta, faço uma pausa de alguns segundos e o observo olhar para o pai e escancarar a boca num sorriso. Ele já sabe: é hora de ganhar chamego da mãe. Em seguida aproximo meu rosto do dele, ele fecha seus olhinhos, a boca ainda aberta no sorriso mais lindo que Deus já fez no mundo, e eu encho ele de beijos e cheiros. É um dos meus momentos preferidos do dia. Um daqueles momentos em que não existem problemas, não existe cansaço, desânimo, irritação, stress. Apenas amor.
Ando sumida, eu sei. Não tenho conseguido sentir vontade de escrever. Falta tempo, inspiração. Passei o mês de junho mais uma vez sozinha no setor, minha chefe de licença. Ando com a cabeça a mil, ansiosa com várias coisas que estão por acontecer. Coisas boas, mas daquele tipo de coisa que não se pode fazer nada, a não ser esperar. Só que esperar, ainda que seja por um motivo, me causa angústia...
Ontem tive um daqueles dias em que eu dava tudo para sumir. Nada específico, apenas desânimo, introspecção. Um daqueles dias em que um mar de perguntas sem respostas tomam conta da gente. E tudo que se pode fazer é suspirar e esperar passar. Esperar, esperar. Ô palavrinha maldita...
Acordei hoje e vim trabalhar. No caminho vivi aquele momento do mais puro amor, coroado pelo mais lindo sorriso. A neblina que pairava ao meu redor se dissipou. Por ora. Sigo angustiada, sigo na inércia, sigo na espera.
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/183592122287617084/

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Fathers be good to your daughters, daughters will love like you do.

Há dias venho tentando escrever esse post. O caso é que, algumas semanas atrás, numa conversa à toa com o respectivo, comecei a me dar conta da responsabilidade que temos com o adulto que o pequeno se tornará. Não com o adulto saudável, bem sucedido e bem educado que esperamos que ele seja. Isso também. Mas com o adulto que se sente bem consigo mesmo independentemente das suas escolhas, que não tem medo de se expor, que enfrenta a vida de peito aberto, que confia e é confiante. Ou com o adulto que tem dificuldade de se entregar num relacionamento, que estremece diante de qualquer dificuldade, que não sabe reconhecer o próprio valor e que se deixa levar pelas opiniões alheias. É uma responsabilidade tão gritante e ao mesmo tempo tão sutil que, apesar da sua importância, pode passar completamente despercebida. Já vi conversas de pais/mães reclamando de seus filhos - já adultos -, do que eles se tornaram ou de como eles são e me vi perguntando mentalmente se aqueles pais não tinham a noção de que eles são parte dessa reclamação. Uma boa parte, aliás. Hoje tenho bem clara em mim essa noção de que sou responsável por cada sentimento que provoco no pequeno e por cada reação emocional que sou capaz de gravar nele a partir dos meus atos. Mas será que em algum momento eu vou me esquecer disso? Será que, por algum motivo ao longo do caminho, os pais esquecem a carga de responsabilidade que seus atos tem sobre seus filhos?
Pare um segundo e pense em você mesmo. Quantas características da sua personalidade você atribui aos seus pais? Aos seus traumas de infância? Quantas vivências difarçadas no seu dia a dia de anos atrás fazem hoje parte do seu mais íntimo ser? Quantos bons momentos do seu passado mais remoto você guarda com ternura e te fazem agir de tal maneira que você busque reproduzir algo que um dia te fez se sentir tão bem? E não digo tudo isso tendo em mente apenas nossos defeitos e fraquezas. Muito pelo contrário, digo tudo isso pensando nas coisas mais valiosas que podem vir da relação pais/filhos. Afinal, é com os pais que os filhos aprendem a amar. Ou deveria ser. Somos o primeiro contato deles com o amor, a sua primeira relação amorosa. Que pode ser de confiança, aceitação, empatia. Ou de cobrança, chantagem emocional, constragimento. Uma relação de respeito entre dois seres humanos providos de sentimentos e passíveis de erros, ou uma relação puramente hierárquica.. 
Lembro nos primeiros dias de vida do pequeno, de como eu o via tão puro, tão limpo. Limpo no sentido mais literal da palavra. Eu tomava todo cuidado do mundo para mantê-lo longe de qualquer sujeirinha. Na minha cabeça, eu deveria cuidar para que ele não tivesse contato com sujeira, germes e afins que nos cercam. Eventualmente ele acabaria tendo esse contato mas, até lá, ele teria sido protegido tempo suficiente para estar mais imune aos males que a sujeira e os germes poderiam lhe causar. Naquela época, eu pensava nisso como uma questão de higiene, saúde. Hoje eu vejo como uma analogia mais do que perfeita da proteção emocional que eu devo proporcionar ao pequeno. A vida é dura, cruel e ele tem que aprender isso desde pequeno. Ouvi muitas vezes essa frase e quase cheguei a acreditar que era assim que eu deveria agir com meus filhos. Hoje, com o pequeno e toda sua vulnerabilidade diante de mim, não é mais assim que eu penso. Não acho que meu papel seja ser dura com ele para que ele saiba que o mundo é assim. Assim como eu fiz nos seus primeiros meses de vida com a sua saúde física, eu posso tentar protegê-lo de toda a "sujeira". Eventualmente ele irá se deparar com a dureza de que tanto falam. Até lá, se tudo der certo, ele terá imunidade emcional suficiente para conhecer as dificuldades da vida..
Para minha felicidade, amanhã eu vou participar da exposição do filme "O Começo da Vida" organizada pela minha querida doula que acompanha o pequeno desde os tempos de barriga. Veio bem a calhar nesse meu pequeno momento reflexivo. Até pensei em adiar esse post mais um pouco, esperar para ver o efeito que o filme causará em mim. Acabei achando mais sincero deixar registradas aqui as minhas considerações pré-filme. E confesso, pelo pouco que vi no trailer, estou com boas expectativas. Se estou certa ou errada sobre toda essa questão da responsabilidade e pela maneira como espero agir diante disso, quem de fato sabe? Talvez nem mesmo o filme consiga me responder. Talvez a resposta esteja me esperando daqui uns 20 ou 30 anos, estampada no ser do futuro adulto que o meu pequeno se tornará.
Fonte: http://ocomecodavida.com.br/

quinta-feira, 5 de maio de 2016

I know will be alright, it's just overkill.

Um dos meus maiores defeitos é a ansiedade. Acho inclusive que já mecionei isso algumas vezes por aqui. Eu sempre fui uma pessoa muito ansiosa, desde que me conheço por gente. Mas me tornar mãe intensificou esse pequeno detalhe do meu ser de uma maneira quase drástica. Por diversas vezes me vi tendo que enfrentar situações que elevaram minha ansiedade à potência máxima, e todas essas vezes me vi chegando à conclusão que ficar ansiosa não me levou lugar algum. Não só não me ajudou, como me atrapalhou muito. E também não resolveu o problema, que aliás acabou se resolvendo por si só. Ficar ansiosa só faz com que eu encha minha mente de questões geralmente insolúveis, de coisas que não dependem de mim, e acabe deixando passar os detalhes que realmente importam. E isso tudo é muito fácil de enxergar agora, na calmaria, mas quando a ansiedade bate, aí mermão, só Jesus..
Logo antes de entrarmos de férias, eu andava incomodada com o fato do pequeno passar quase o dia todo com a chupeta na boca. No final/início do ano, nós tínhamos conseguido reduzir muito o uso da dita cuja, estavámos conseguindo até fazer ele tirar sonecas durante o dia sem ter que recorrer a ela. À noite não, nem pensar. Era nosso amuleto da sorte e resolvia qualquer chorinho sem motivo no meio da madrugada. Mas no mês que precedeu as férias, ele desatou a pedir a tal da "pi" (pi, do dicionário arthurês, significa chupeta, pássaro ou peixe, depende da ocasião e do cenário que o cerca). E aquilo foi me deixando extremamente ansiosa. Quando ele nasceu, eu relutei um pouco para dar a chupeta, mas acabei cedendo ao cansaço e aos anseios de um pequeno que chegou a passar 3 horas direto pendurado no meu seio. Minha ideia era não deixar ele passar dos dois anos de idade ainda dependendo dela. Já estava planejando fazer o ritual de entrega da chupeta ao Papai Noel nesse Natal. Ele estaria com 2 anos e 2 meses, e dois meses a mais era um período aceitável levando em conta a proximidade das festas de final de ano e o costume que se tem de usar essa desculpa para a "deschupetização". Mas aquela nova necessidade dele de pedir a chupeta o tempo todo começou a me deixar preocupada. Enfiei na cabeça que, se antes nem ligava tanto e agora estava passando a pedir cada vez, essa necessidade iria aumentar dia a dia até chegar ao ponto de tornar o objetivo de fazê-lo largar praticamente impossível. Minha ansiedade vislumbrou o pior dos cenários e me fez começar a matutar o que eu poderia fazer para reverter a situação.
Então nós saímos de férias. Ficamos os primeiros 10 dias na casa da minha irmã, com o intuito de deixar os primos se curtindo o máximo que podiam. Com toda a agitação que havia ao redor dele, comecei a botar meu plano em prática: recusar os pedidos pela "pi" distraindo-o com outras coisas, para que assim ele voltasse a usar só na hora de dormir. Logo de cara os pedidos diminuiram, ele estava distraído demais brincando e se divertindo para lembrar da chupeta. Mas, ainda assim, ele pedia de vez em quando. Eu desconversava e chamava a atenção dele para outra coisa. Foi funcionando e aos poucos eu já pude voltar a vislumbrar uma "deschupetização" sem dramas a se concretizar daqui uns meses.
Só que aí, o inesperado aconteceu. Um certo dia, o pequeno começou a se mostrar irritado e desconfortável com alguma coisa, ele apontava o dedo para a boca, encostando na lígua e chorava angustiado. Com uma irmã formada em odontologia em casa, pedi ajuda. Ela deu uma olhada e viu a gengiva inchada, mostrando a saída próxima dos molares inferiores. E aí, quando ele chorava desconsolado, sensibilizada pela sua dor, eu lhe dava a chupeta sem titubear. Só que ele a colocava na boca e em seguida jogava longe. E passou a fazer isso direto, aceitando a tal da "pi" apenas algumas vezes. Nisso, ele acabou passando a pegar no sono à noite sem a chupeta, e mesmo de madrugada, quando ele acordava e eu tentava usá-la para fazê-lo voltar a dormir, ele arremessava a pobre coitada longe, virava pro lado e dormia. E foi aí que eu e o respectivo vimos a oportunidade: para quê esperar até o final do ano se o próprio pequeno estava se "auto deschupetinizando"?! Tiramos a chupeta do alcance da visão dele e paramos de oferecer. Vez ou outra ele pediu, nós desconversamos e rapidamente ele esqueceu. E foi assim que, num processo aproximado de 15 dias, tiramos a chupeta da vida do pequeno. Ou ele mesmo tirou. A impressão que eu tenho é que foi ele que escolheu isso, que ele escolheu o momento ao perceber que não precisava mais dela. Afinal, já haviam nascido 10 dentes na sua boquinha e em cada um deles ele se agarrou à sua querida "pi" como um náufrago se agarra a um bote salva vidas. O que fez ele subitamente passar a jogá-la longe, eu jamais saberei. Só sei que ele deu fim a um processo de meses de ansiedade numa quinzena inesperada e não planejada. E eu fiquei lá, observando mais uma vez ele se resolver sozinho, fazendo mais uma vez com que as minhas preocupações parecessem extremamente bobas.
Já faz aproximadamente 1 mês que ele não usa e nem pede. Ficamos receosos que no retorno da creche ele fosse voltar ao pedir, já que veria os coleguinhas usando. Niente. Tínhamos até guardado uma just in case, mas acho que já é seguro nos livramos dela também. Reparei que, ainda durante as férias, ele acabou compensando a falta da chupeta com outras coisas. Pedia mais para mamar - principalmente nos momentos que ele recorria a ela, como quando ele acorda das sonecas - e se apegou também ao tablet. Nós baixamos alguns desenhos e levamos na viagem para nos acudir nos momentos que ele precisasse ficar quietinho/concentrado, como durante o vôo (e de fato ajudou muito!), e ele acabou se apegando nisso. Acabamos deixando ele pegar no sono à noite algumas vezes assistindo o tablet, para compensar a falta da chupeta, com a resolução clara de que não faríamos o mesmo em casa. Ele chegou a pedir pelos desenhos no meio da madrugada, o que eu imagino que tenha sido apenas uma confusão causada por um misto de sono e anseio de pedir por algo que o confortasse e o fizesse voltar a dormir. Mas desde que voltamos para casa ele voltou a dormir tranquilo sem precisar disso. E sem precisar da chupeta. A mamadeira ele continua pedindo um pouco mais do que o normal, mas eu não vejo mal nenhum em dar. Aos poucos acredito que ele vai precisar cada vez menos.
Se essa crença vem de uma nova Manu, mais tranquila e menos ansiosa? Talvez. Gosto de pensar que eu sou capaz de aprender com as situações e superar meus defeitos (Yes, I can!). E vejo até que algumas vezes eu de fato reajo com menos intensidade. Mas outras não. Confesso que a maioria das vezes acabo agindo como a velha ansiosa de sempre. Ainda há muito a melhorar. E ainda há muito que se viver com o pequeno. Quem sabe até ele desfraldar, entrar no colégio, tiver as primeiras namoradas, aprender a dirigir, sair de casa, fazer faculdade, casar, tiver filhos, eu tenha conseguido aprender a domar essa ansiedade que habita em mim... 
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/68468856804406024/

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Na estrada com o pequeno: litoral alagoano.

Nada como um mês inteiro de férias. Um mês em família, matando a saudade de quem mora longe, curtindo praias paradísiacas e vendo meu pequeno se desenvolver numa velocidade que deixaria Senna e Schumacher comendo poeira.Voltamos para casa com um pequeno que fala pelos cotovelos, nada como um peixinho e se aventura em quase todos os brinquedos do parquinho (parece bobeira, mas juro que é uma conquista e tanto).
O início das férias foi reservado à minha família. Depois de 3 semanas no Sul, seguimos viagem à Macéio, onde se iniciou a segunda parte dos nossos passeios. Quando começamos a planejar noss viagem de férias, as praias do Nordeste foram a primeira opção que consideramos. Como tem se alertado muito sobre o surto de zika no país, resolvemos fazer uma pesquisa e descobrimos que o Estado de Alagoas tem poucos casos registrados, praticamente a mesma quantidade do Estado do Rio de Janeiro, onde moramos. Achamos que seria uma opção segura - aliada a medidas de prevenção - e decidimos que seria nosso destino e que não estenderíamos a outros estados, já que os números eram consideravelmente maiores (como o vizinho Pernambuco, por exemplo). Depois de uma boa estudada no rol de praias alagoanas, traçamos a seguinte rota: 3 dias em Maceió, 3 dias em Barra de São Miguel (litoral sul) e 6 dias em Japaratinga (litoral norte). E aí segue o relato mais completo que eu consegui fazer dessa que entrou para o rol das melhores viagens que fizemos juntos:

1ª Parte: Maceió.
Chegamos em Maceió no sábado à noite, só tivemos tempo de pegar o carro que havíamos alugado, passar no mercado para algumas coisas de emergência (minha mala com todas as minhas coisas e as do pequeno havia se perdido no trecho Florianópolis-Guarulhos, felizmente ela chegou no dia seguinte), e seguir para o hotel. Ficamos hospedados no Hotel Pousada Água de Coco, localizado na praia de Cruz das Almas. Quem viaja a Maceió costuma se hospedar na Ponta Verde ou Pajussara, que é onde fica o burburinho de restaurantes/bares e onde a praia urbana é melhor de se passar o dia. Como nossa ideia não era ficar apenas no trecho urbano, não nos preocupamos em ficar nessa área. O hotel que ficamos era muito bom, quarto espaçoso, ótima limpeza, café da manhã bem variado, staff simpático e prestativo. Recomendo. No dia seguinte, decidimos passar o dia num bar de praia chamado Milk Beach Pub, na praia de Garça Torta. E posso dizer que já começamos a viagem com o pé direito. A praia, além de ser linda, tem um bônus: na parte rasa do mar tem pequenos corais que foram várias piscininhas ótimas para os pequenos. O nosso se esbaldou. A água era tão quente que chegou a me incomodar, mas ele não queria saber de sair de lá. Aliás ele só saiu para almoçar e não voltou porque o mar passou por uma mudança drástica. Logo no nosso primeiro dia, descobrimos que a maré muda de uma maneira absurda no decorrer do dia nessa região (talvez em várias outras do Nordeste também, eu não saberia dizer..). Chegamos por volta das 10h e a maré estava baixinha, cheia de piscinas. Depois do almoço a maré subiu e o mar invadiu a areia, fazendo as piscinas sumirem e as mesas que estavam dispostas por ali serem recolhidas. E aqui deixo uma dica: se você for a essa praia e a maré estiver alta, não sendo possível avistar os corais, lembre-se que eles estão ali e que você poderá se machucar ao pisar neles. Sobre o Milk bar, super recomendo. Tem uma ótima estrutura, com mesinhas na areia e uma parte interna com redes, puffs, ducha, etc. O cardápio muito bom e o preço acessível. À noite, jantamos no Bodega do Sertão, e minha boca saliva só de lembrar. Disparado o melhor buffet que eu já fui, comida regional deliciosa, com destaque para a carne de sol com nata e a cocada cremosa. Destaque também para os funcionários, que nos trataram muito bem e fizeram a maior festa com o pequeno.
Corais formando piscininhas = perfeito pros pequenos!

Estrutura interna do Milk Beach Pub.

Praia pós-almoço, mar cobrindo os corais.

Recepcionista muito simpática do Bodega do Sertão.
O segundo dia em Maceió reservamos para mais um bar de praia, o Hibiscus, localizado na praia de Ipioca. Fica na beira da praia e tem uma estrutura completa, inclusive com piscina. O day use custa 25 reais por pessoa e posso dizer tranquilamente que vale a pena. A praia é linda, o mar é verdinho, quente e calmo, perfeito para crianças. Tem pisicinas naturais bem perto da praia, sendo possível chegar de caiaque. Nós fomos e adoramos. O único lado ruim é que o tempo de aluguel do caiaque é muito curto, meia hora. O respectivo deu uma chorada e conseguiu aumentar para 40 minutos. Levamos 15 minutos remando até o local e 10 minutos voltando, sobrando pouco tempo para curtir a piscina. Mesmo assim valeu. À noite jantamos no Imperador dos Camarões, onde experimentamos o famoso chiclete de camarão e eu confesso que me decepcionou, eu não comeria de novo. Já o outro prato - camarão grelhado com molho de framboesa, risoto cremoso de parmesão e folhas de manjericão - eu repetiria muitas vezes.

Praia de Ipioca, vista do Hibiscus que fica num nível mais alto do que a areia.

Pequeno curtindo sua boia nova na piscina natural. (E aproveito para fazer um merchan gratuito: comprei no Mercado Livre, custou em torno de 90 reais com frete, é da marca Ativa Kids. Ela é feita de material de colete salva-vidas, portanto não fura, e como tem uma parte que envolve o peito da criança além dos braços, faz com que ela flutue mais e se sinta mais segura. O nosso pequeno super aprovou!)

Quem vê pensa. Não fosse o respectivo, não teríamos saído do lugar...

No último dia em Maceió, decidimos ficar numa praia local e aproveitar o caminho até Barra de São Miguel para conhecer a praia do Francês. Escolhemos a praia de Pajussara, muito gostosa, só não curti muito a presença de muitos pombos na faixa de areia. Almoçamos na Comedoria Sueca, excelente opção de buffet. À tarde, passamos pela famosa praia do francês, mas como o tempo estava fechado, decidimos apenas descer do carro, olhar e seguir viagem. Não achei a praia mais bonita do que as outras que fomos nos primeiros dias e fui embora de lá sem entender a fama.

Praia do Francês, pequeno foi e nem viu.


2ª Parte: Barra de São Miguel.
Chegamos no meio da tarde na pousada e decidimos ficar na piscina. O pequeno se divertiu tanto que aprendeu a palavra "piscina" e pedia toda vez que podia depois disso. A pousada era bem simples, com cara de casa que foi transformada em um pequeno hotel, mas era aconchegante e os donos extremamente simpáticos e prestativos.
No dia seguinte, fomos até a praia do Gunga que tem um visual de tirar o folêgo. Logo na chegada tem um mirante, e vale a pena parar para ver a extensão do coqueiral que toma conta da região. A praia é tomada por barzinhos que espalham suas cadeiras e mesas plásticas pela areia, o que acaba estragando um pouco o cenário paradisíaco. Vale a pena caminhar até o final da praia para apreciar o trecho sem ocupação humana. Tiramos umas fotos lindas lá.
Vista do Mirante: um mar de coqueiros.

Praia do Gunga: o lado deserto..

..e o lado ocupado por bares/restaurantes.

Pequeno perdido na sombra do coqueiro.
No segundo dia, como o tempo voltou a nublar, decidimos ficar na piscina da pousada. O que acabou sendo uma excelente ideia. Pequeno se divertiu e evoluiu muito na água. No primeiro dia ele não saía de perto da gente, no segundo ele já saiu nadando sozinho, pulando da borda e tudo, nem parecia meu bebêzinho estreante. Quando ele finalmente cansou e pediu para sair, fomos almoçar no Canal da Massagueira, no Bar do Pato. Foi uma das refeições com melhor custo/benefício da viagem (aliás nos decepcionamos um pouco com o valor que pagamos nas refeições na viagem, sempre ouvimos que o nordeste era barato, mas pagamos praticamente a mesma coisa que estamos acostumados a pagar em São Paulo). Tem um parquinho que o pequeno curtiu enquanto o almoço não chegava, e fica na beira de uma lagoa que ele adorou explorar depois.  
No último dia, decidimos aproveitar a praia perto da pousada. Mais uma praia linda, de mar calmo, quente e verde. Ficamos no bar Life Beer, excelente atendimento, comida boa e preço acessível. Logo depois do almoço o tempo começou a nublar, foi a nossa deixa para pegar a estrada rumo a Japaratinga. No caminho, passamos pelas famosas barraquinhas à beira da estrada que vendem cocadas de todos tipo de sabor (maracujá, banana, castanha, etc.). Compramos uma de cada. Me decepcionei com cada uma. Elas não tem aqueles pedacinhos de coco no meio deliciosos e achei meio açucarada demais. Mas né, gosto, cada um com o seu.
Pequeno e a amiguinha que fez na praia curtindo o mar da Barra de São Miguel com os arrecifes ao fundo.


3ª Parte: Japaratinga. 
Saímos de Barra de São Miguel por volta das 16h e levamos quase 3 horas até Japaratinga. A estrada não é boa (aliás é péssima), não tem sinalização, nem iluminação. Sequer tem faixa divindo a via. Passamos pela parte urbanizada quando o sol estava se pondo e o resto da viagem fizemos no escuro. Foi bem tenso. Aconselho fazer essa viagem durante o dia, até porque, caso aconteça algo e você precise de ajude, há pouquíssimos trechos urbanizados no caminho onde é possível conseguir algum auxílio. Ficamos na Pousada Badejo, pequena, mas com boa estrutura, café da manhã bem variado e staff excelente! Como chegamos à noite, só deu pra curtir um pouco a piscina, pedir uma pizza na pousada mesmo e dormir.
No dia seguinte, o tempo amanheceu nublado, então decidimos visitar o Associação Peixe-Boi, que fica no vilarejo de Porto das Pedras, do ladinho de Japaratinga. Foi um passeio tranquilo e gostoso de fazer com o pequeno. Dá para ver o peixe-boi de pertinho e o valor pago ajuda na economia local e manutenção da associação. Gosto de fazer ecoturismo assim, quando há preocupação com o bem-estar animal (sou dessas que boicota idas a zoos..). Depois da visita, fomos passear em São Miguel dos Milagres e almoçamos por lá, no Restaurante do Enildo, comida boa, mas achei um pouco cara. Depois do almoço, resolvemos procurar um trecho da praia para curtir um pouco. Acabamos achando uma estradinha que levava para um caminho em meio ao coqueiral que beirava a praia. Como o tempo estava nublado, o pequeno tinha adormecido no balanço do carro e o passeio estava interessante, decidimos não parar na praia e seguir explorando o coqueiral. Vi numas dicas da internet que há bugueiros que levam os turistas para fazer esse passeio que passa pelo coqueiral e pela faixa de areia em algumas praias. Nós acabamos sem querer fazendo por nossa conta. No final do caminho, logo antes de voltar para estrada, havia um trecho onde as árvores se curvavam e se encontravam formando um lindo túnel natural. Acabamos o dia com mais um passeio de piscina e uma jantinha preguiçosa na pousada.
Trilha no manguezal que leva ao lugar onde pegamos o barco para ver os peixes-bois.

Lugar onde ficam os peixes-bois. Essa parte cercada funciona como um berçário. Os maiores ficam do lado de fora.

Dois peixes-bois disputando as folhas de alface que ficam na superfície. Quando nós fomos, tinha 4 deles se alimentando. Logo que chegamos, 3 sumiram (segundo o barqueiro eles enchem a barriga e depois vão dormir) e ficou apenas 1. O barco chega pertinho e dá para ver bem, mas as fotos não ficaram boas porque ele parece sumir na cor do rio. Alguns turistas dão sorte de pegá-los num momento brincalhão, quando eles gostam de abraçar a parte baixa do barco, não foi o nosso caso :/

Restaurante do Enildo.

E a praia que fica em frente, no vilarejo de São Miguel dos Milagres.

Túnel natural que fica no final da estrada do coqueiral.
No nosso segundo dia de Japaratinga, decidimos procurar um hotel que outro hóspede da nossa pousada indicou, chamado Albacora. O hotel tem uma excelente estrutura na beira da praia a qual é possível desfrutar sem pagar day use, apenas consumindo no restaurante de lá. Tem uma piscina grande para adultos e uma para crianças que dava pé para o pequeno. Aliás, quando ele viu a piscina, não quis mais saber da praia. Acabamos passando o dia sem praticamente tocar o pé na areia, mas o visual é bem bonito e o pequeno se divertiu tanto que valeu a pena. Para quem prefere ficar na praia, vale também. O hotel não oferece mesas na areia, mas a nossa ficava embaixo de um coqueiro bem próximo à areia, o cardápio é variado, o preço bem melhor do que outros lugares que fomos na região, e tem o benefício de poder tomar uma ducha e dar um mergulho na piscina depois de um banho de mar. À noite, preguiça de novo. Agora que parei para escrever sobre nosso roteiro, me dei conta que praticamente nem jantamos fora em Japaratinga. Acho que todas as nossas jantas foram feitas na pousada mesmo, aproveitando o que havia sobrado do almoço (a maioria das refeições que fizemos era tão bem servida e sobrava tanta comida que era até um pecado não levar um quentinha embora) ou fazendo algum lanche rápido.
Pequeno serelepe na piscina do hotel Albacora e o lindo visual da praia ao fundo.

No dia seguinte, decidimos voltar na praia do Patacho, uma das que estavam naquele caminho no coqueiral. Nós havíamos visto na internet que a praia não tinha infraestrutura nenhuma, nenhum barzinho, nenhum ambulante vendendo água ou qualquer outra bebida, ninguém alugando cadeira/guarda-sol. Abastecemos a mochila com suprimentos e partimos atrás de um coqueiro onde pudéssemos nos estabelecer. A ideia era passar a manhã lá, sair na hora do almoço para encontrar algum restaurante na região e voltar para a praia depois se São Pedro permitisse. Achamos um lugar perfeito, a sombra de um coqueiro com troncos ao redor que pareciam bancos. De todas as praias que nós fomos, essa foi a que eu mais gostei. Talvez por ser totalmente deserta, sem nenhuma ocupação estragando a beleza natural e porque não tinha praticamente ninguém na praia além de nós. Privilégio total. Perto daonde nós ficamos tinha um hotel muito bonito, bem reservado, com entrada pela praia, onde nós decidimos almoçar. Na verdade, para chegar ao trecho de praia que nós ficamos, nos pegamos a estrada onde havia a indicação de entrada para esse hotel, que chama Reserva do Patacho. Eu fiquei totalmente encantada pelo lugar, além de ficar nessa praia lindíssima, a estrutura é toda charmosa e privativa. Eu quase desejei casar de novo só para passar a lua de mel ali. Foi um dos pontos altos da nossa viagem. E o almoço estava uma delícia, mas o que fechou com chave de ouro o dia foi a sobremesa. Um sorvete caseiro de coco que eu comi suspirando. Sabe quando a cada colherada você sente um misto de prazer com tristeza por saber que aquele manjar dos deuses vai acabar e você não vai comer de novo tão cedo? Poisé. Cheguei a perguntar para o garçom se eles vendiam o pote do sorvete. Para a minha infinita tristeza não, eles não vendem (pausa para um minuto de silêncio em luto). Depois do almoço, resolvemos voltar para a praia ali mesmo e ocupar uma das tendas que o hotel oferece na areia e que nos liberaram para usar. Mas não durou muito. No caminho havia uma piscina e, assim que o pequeno avistou, lá se foi a vontade de ficar na praia. Como não podíamos usar (não hóspedes devem pagar uma taxa de 50 reais por pessoa e não achamos que ficaríamos tempo suficiente para fazer valer a pena, pois o sol já estava quase se pondo) tive que dar um jeito de distrair um pequeno choroso com os calanguinhos que passeavam sorrateiros no deck até decidirmos enfim ir embora. Esse foi um daqueles dias que ficam gravados num cantinho bem especial da memória e que eu reviveria mil vezes se pudesse..
Nosso Q.G. na Praia do Patacho.

Praia só nossa e de mais ninguém.

Guarda-sol pra quê?

Piscina do Hotel Reserva do Patacho.

A vista de dentro do restaurante.

O quarto e o quinto dia nós reservamos para Maragogi. Quando nós traçamos o nosso roteiro, decidimos nos hospedar em Japaratinga e nos deslocar até Maragogi, e não o contrário. Isso porque imaginamos que, como Maragogi é o destino mais procurado da região, Japaratinga seria mais tranquilo e acessível. Foi uma boa escolha, Maragogi é colado em Japaratinga e o trajeto foi rápido e fácil. Como nós havíamos agendado o passeio às Galés para o dia seguinte, decidimos escolher uma praia de lá para passar o dia. Acabamos nos estabelecendo no Restaurante Sabor do Mar, localizado na Ponta de Mangue, praia lindíssima com ares de Caribe. O restaurante tinha uma estrutura boa, com estacionamento, ducha, mesinhas, espreguiçadeiras e um cardápio diversificado. Só fomos embora porque a chuva nos expulsou, se não, teria sido um ótimo lugar para ficar até o sol se pôr. Na manhã seguinte, acordamos bem cedo pois o barco estava marcado para sair às 8h. Acabou que saiu quase 9h. Deixando para trás a horinha de sono perdida, lá fomos nós para as famosas piscinas naturais. Infelizmente, nós não tivemos sorte. O passeio para as Galés depende muito da maré do dia, sendo que o ideal é que ela esteja o mais baixa possível. No dia que fomos ela estava em 0,3. A água batia no meu peito na região das piscinas. Aliás, do lugar onde o barco parava até onde a água fica mais rasa, nem me dava pé, o que gerou um certo sufoco para voltar para o barco (explico: na ida, respectivo levou o pequeno, porém na volta ele ficou mergulhando nos corais e o pequeno se cansou da água e quis voltar para o barco, sobrando para mim a tarefa de nadar com ele a tiracolo). Triste é que, quando fomos planejar a viagem, consultamos a tabela das marés e vimos que ela estaria mais baixa nos últimos dias, razão pela qual decidimos ir primeiro para Maceió + litoral sul e depois para Maragogi. Porém a maré mudou. O barqueiro nos contou que na semana anterior a maré havia chegado a 0,0. Se tivéssemos invertido a viagem, teríamos conhecido as Galés no seu melhor momento. Oh well.. Depois dos passeios ficamos ali mesmo no restaurante de onde saíam as embarcações. Pedimos um prato delicioso, um dos melhores da viagem aliás: camarão ao molho de provolone com abacaxi caramelizado de lambuzar os beiços. Fiquei pasma quando o garçom nos contou que o abacaxi costuma voltar intocado e que as pessoas geralmente o substituem por outro acompanhamento. Mas né, de novo, gosto, cada um com o seu. Aproveitei os ambulantes para comprar mais caixinhas de bolo de goma (um espécie de biscoito de feira muito bom) que havíamos comprado no dia anterior. Falando nisso, esse é um ponto negativo das praias de Maragogi, a quantidade de ambulantes que te abordam. A maioria vendendo o tal bolo de goma (a moça de quem eu comprei me abordou uma segunda vez oferecendo e tive que lembrá-la que eu havia acabado de comprar) e crianças (sim, crianças!) querendo mostrar a sua arte (um pequeno azulejo que eles pintam na hora usando os dedos). Mas nada que estrague o prazer de estar no paraíso.

Bem-vindo ao Caribe a Maragogi!

Tira o olho do azul do mar e foca nas marcas na areia: lembra do passeio de bugue que comentei láááá na estrada do coqueiral? Poisé, eles passam por aqui (o que é um ponto negativo, já que requer atenção redobrada em cima de um pequeno que fica para cima e para baixo na praia..)

Mas fora isso, é o paraíso, não é?!

O pequeno com certeza concorda!
No barco, piscinas de Maragogi.

No penúltimo dia da viagem (pausa para uma lágrima), fomos conhecer as piscinas naturais de Japaratinga. Já na hora de embarcar vimos que teríamos mais sorte do que na vizinha Maragogi. Precisamos caminhar vários metros onde o mar deveria estar, mas só havia areia. O mar tinha recuado tanto, que haviam barcos "estacionados" na areia. A região das piscinas estava perfeita. Havia até uma faixa de areia onde um ambulante vendia bebidas, queijo e churrasco (meio farofento, mas tinha uma caipirinha de cajá sensacional que o respectivo comprou). Conseguimos mergulhar nos corais - que não tinham tanta diversidade de peixes, mas vimos alguns bem lindos - e nos sentar ao lado de um pequeno serelepe que se divertia na parte que dava pé. Na volta, almoçamos no restaurante da estalagem Cauia. Cardápio ótimo com diversas opções diferentes (a nossa: peixe ao molho de creme de gengibre com purê de banana e arroz com castanhas) e donos extremamente simpáticos. Recomendo! Terminamos o dia deixando o pequeno se divertir na piscina, seu mais novo vício.

Piscinas de Japaratinga. As manchas escuras são os corais, onde é legal mergulhar com snorkel.

Tão raso que parte do arrecife ficava à mostra.

Em Maragogi, o pequeno se cansou rápido das pisicinas. Já aqui ele se esbaldou andando de um lado para o outro.

Almoço delícia no Restaurante Caiuia.

No dia do nosso retorno, como nosso vôo estava marcado para 20h40 em Maceió (isso antes de descobrirmos que ele havia sido cancelado e termos que pernoitar em Maceió para viajar só no dia seguinte) e a viagem de Japaratinga até lá levava umas 3 horas, decidimos curtir a praia em frente à pousada e viajar depois do almoço. De novo a maré baixa fez o mar recuar metros, deixando uma faixa imensa de areia e algumas mini piscinas formadas. Passamos um tempo ali explorando e logo tivemos que juntar as trouxas para seguir viagem.
Mini-pisicina deixada pela maré baixa. Note-se que o mar deveria estar láááá na frente, onde é possível perceber a diferença da cor na areia úmida.

Cheios de saudades da nossa casa e dos nossos peludos, pegamos a estrada de volta. E lá se foi, um mês inteiro de férias. Um mês que passou voando, que nos levou a novos lugares e nos trouxe um pequeno um pouco menos pequeno. Cada dia mais um meninão e menos um bebêzinho. Que venham então o trabalho e a rotina. E que logo logo venham novas férias. Porque né, ninguém é de ferro.