Eu e o respectivo não somos muito de tirar fotos nossas. Nós adoramos tirar fotos, ele até se empenhou em comprar um câmera semi-profissional, mas acabamos registrando muito mais os lugares que vamos do que nós mesmos. Tanto que sempre esquecemos de tirar fotos com pessoas queridas nossas em eventos importantes. Acho que o que nos incomoda é ficar posando para os clicks. Esse foi o motivo pelo qual decidimos não fazer aquelas sessões pré-casórios que os noivos costumam fazer. E fomos categóricos com os fotógrafos do evento: queremos fotos espontâneas, nada de fotos posadas. Mas, apesar desse nosso perfil, decidimos registrar com a ajuda de um profissional dois momentos pontuais da nossa vida: a gestação do pequeno e um dia em família na nossa casa com os nossos peludos. Acabamos nos divertindo bastante nessa última sessão. O pequeno ficou super à vontade com a fotógrafa e os peludos roubaram a cena. Foi tudo tão especial que acabou rendendo muito mais do que imaginávamos. A equipe do blog Constance Zahn viu nosso ensaio e acabou nos convidando para ser pauta de uma das colunas deles. E aí eu me vi entre a vontade de compartilhar com o mundo tudo sobre minhas experiências com o pequeno, e entre o meu casulo de vergonha que me acompanha uma vida inteira...
Postado aqui em 21.08.2015.
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Falem bem, falem mal, mas falem de mim. Tá aí uma máxima que não se aplica a minha pessoinha.
Não sei se é fruto de uma criação com uma leve inclinação alemã, ou se é
herança de uma adolescência inteira me sentindo ligeiramente deslocada.
Mas a verdade é que eu não gosto de ser o centro das atenções. Aliás,
não gosto é pouco. Sabe aquele pesadelo de se perceber nu diante de uma
multidão? Poisentão. Quanto mais à francesa eu puder chegar e sair de um
recinto, uma conversa, uma situação ou lugar, melhor! Só que sabe a
vida, aquela traquinas? Então, ela sempre dá um jeito de te fazer
confrontar aquilo que aperta o seu calo. Primeiro vieram a Daphne e o
Tapioca, dois cachorros em forma de urso que fazem 90% das pessoas que
passam por eles sorrirem e se sentirem super afim de bater um papo com a
dona, ou seja, moi. Querer passar despercebida caminhando com
eles em público é quase tão ilusório quanto acreditar que a Gisele
Bündchen realmente usa Pantene. Depois dos peludos, veio a maternidade.
Tal qual o sol há de se por todos os dias, eu te digo: barriga de
grávida atrai gente ávida por conversar, dar dicas e conselhos, contar
histórias e experiências, e por aí vai. E lá fui eu sendo arrancada do
meu casulo mais uma vez. Ou mais muitas vezes, durante todos os nove
meses de gestação. Mal sabia eu que bebê no colo é um imã muito mais
forte que bebê dentro da barriga. E não bastasse isso, ainda fui dar à
luz a um pequeno ser que abre o seu sorriso mais largo para qualquer
estranho no elevador. Bye bye, invisible me.
Ser
mãe é estar constantemente sob holofotes. É ter que lidar o tempo todo
com gente quererendo saber os mínimos detalhes de como você cria o seu
pequeno. Gente de perto, gente de longe. Gente da família, gente que te
conhece desde sempre, gente que nunca te viu na vida, gente que nunca
mais vai te ver. Gente do bem, gente que acrescenta, gente realmente
interessada no que você tem a dizer. Gente mala, gente metida que gosta
de dar pitaco até sobre o que não sabe, gente que critica tudo e mais um
pouco. Às vezes eu penso que o ditado "ser mãe é padecer no paraíso"
não tem necessariamente relação com o trabalho que dá criar um filho.
Mas com o trabalho que dá ter que lidar com toda essa exposição social.
Ainda mais para um ser antissocial como eu sempre fui. Mas e aí você me
pergunta: p****, como uma pessoa que se diz tão reservada se propõe a
escrever num blog, compartilhando coisas tão pessoais? Simples, eu gosto
de pensar que ninguém lê. Quando ocasionalmente recebo um feedback,
sinto um frio percorrendo a espinha, as pernas tremerem e um nó no
estômago. Tenho um súbito impulso de sair relendo e revisando tudo que
eu já escrevi e acabo chegando a conclusão de que eu não devia ter
escrito nada porque tudo que eu já publiquei aqui é péssimo.
Mas,
graças a Deus e ao pequeno, a maternidade vem me transformando. Muito,
diga-se de passagem. E eu acabei descobrindo o prazer de dividir
experiências. De dar a cara a tapa e falar de mim, falar do pequeno.
Ainda que me julguem ou me critiquem pelas minhas escolhas. São minhas
escolhas e eu ando tão feliz e satisfeitas com elas que tanto faz se
elas não forem bem aceitas. Haters gonna hate. Hate. Hate. E, nesse processo de aprender a me abrir para o mundo, surgiu o convite para dar uma entrevista para o blog Constance Zahn | Babies & Kids.
Eu me senti nas nuvens, acompanho o blog da Constance desde os tempos
de planejamento do casório e jamais me imaginei material para pauta
dele. Mas ao mesmo tempo engoli em seco: gente que eu não conheço lendo
sobre mim?!?! A nova, metida e quase sociável Manu falou mais alto. Lhes
apresento, então, um pouco mais de mim, um poucos mais do Arthur, da
nossa maternagem.
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