sexta-feira, 31 de março de 2017

Derrama sobre nós o Teu amor 💙

UPDATES SOBRE A RIFA (19/07/2017):
Pessoal, felizmente as rifas que estavam sendo vendidas online já terminaram!! Agora só tem disponível rifa para ser comprada pessoalmente. Meus mais sinceros agradecimentos a todos que compraram, compartilharam e ajudaram a divulgar a nossa ação, foi um verdadeiro sucesso!! Estamos preparando ações futuras para ajudar o nosso pequeno, mais informações aqui.

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Recebi esse vídeo e fiz questão de compartilhar aqui para que cada um de vocês que fazem parte da nossa corrente de fé pelo pequeno saiba quão importante vocês são na recuperação dele! E nossa gratidão só aumenta a cada dia por tanto carinho 💙
Sigo buscando tocar teu manto, Senhor Jesus. Que a tua força de cura se derrame sobre o nosso pequeno!

quarta-feira, 22 de março de 2017

Updates.

Faz tempo que não consigo sentar e escrever. Se a rotina diária com dois filhos já beira o caos, imagina a rotina diária com dois filhos e um tratamento intensivo para o pequeno. Desde semana passada largamos nossas coisas para trás e nos concentramos em fazer um tratamento que consiste numa maratona diária de 4h numa clínica de reabilitação neurológica e mais uma série de exercícios de estimulação que eu e o respectivo ficamos responsáveis por fazer em casa. E no meio disso tudo, pausa para amamentar, ninar e chamegar a pequena. E para me dedicar a Deus, rezando, agradecendo e louvando.
Não sei quando conseguirei retomar minha terapia de escrever, mas assim que puder o farei. Muitas pessoas têm me pedido notícias. Peço desculpas por não dar conta de manter o blog mais atualizado. E peço desculpas também por não ter conseguido ainda responder os comentários, mas já adianto que li cada um e guardei cada palavra com muito carinho no meu coração. Vocês não sabem o bem que nos faz receber tanto carinho e tanto apoio. Estou em falta com vocês, mas assim que puder eu compensarei.
O pequeno segue bem. Nessa primeira semana de tratamento já notamos uma melhora significativa na espasticidade. As terapeutas que estão trabalhando com ele notaram diferença nas suas feições, dizem que ele está mais expressivo. O brilho do seu olhar aos poucos está voltando. Notaram também uma melhora na resposta dele aos exercícios. Tem sido um processo lento, como toda recuperação neurológica tende a ser. Mas o pequeno segue evoluindo, que é o mais importante de tudo. E nós seguimos confiando em Deus!

domingo, 5 de março de 2017

Tell me that you'll open your eyes.

UPDATES SOBRE A RIFA (19/07/2017):
Pessoal, felizmente as rifas que estavam sendo vendidas online já terminaram!! Agora só tem disponível rifa para ser comprada pessoalmente. Meus mais sinceros agradecimentos a todos que compraram, compartilharam e ajudaram a divulgar a nossa ação, foi um verdadeiro sucesso!! Estamos preparando ações futuras para ajudar o nosso pequeno, mais informações aqui.


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Mal havíamos colocado os pés fora da UTI e começamos a ter ideia do quanto a história do pequeno havia se espalhado. Em menos de meia hora no quarto já tínhamos recebido pelo menos umas 10 visitas só de pessoas de dentro do hospital que queriam ver o pequeno e dividir conosco alguma palavra de fé. E as visitas continuaram nos dias que se seguiram. O tempo todo nosso quarto era invadido por pessoas que ficaram sabendo do pequeno e se compadeceram da sua situação. O pequeno sempre foi uma criança cativante. Bastava um sorriso seu para que qualquer um se apegasse a ele. Nós sempre soubemos disso. Só não tínhamos ideia de que ele continuaria cativante mesmo dormindo. Havia uma infinidade de pessoas preocupadas com ele e torcendo pela sua recuperação. Nossa corrente de fé era muito maior e mais forte do que podíamos imaginar e mensurar.
No dia em que completávamos 1 mês de internação, acordei pela manhã e reparei que havia algo de diferente no pequeno. Uma frestinha bem pequena de seus olhos estava aberta. Fiquei angustiada com aquilo. Meu primeiro pensamento foi de que talvez as pálpebras não estivessem conseguindo mais se manter fechadas. Fui até ele e passei de leve a mão sobre seu olhos, tentando fechá-las. Me causava um certo desconforto ver seus olhinhos daquele jeito. As pálpebras se fecharam e tornaram a abrir em seguida na mesma frestinha. Resignada, deixei com estava. Pouco tempo depois, quando olhei novamente, estavam fechadas. E assim se mantiveram o resto do dia. Mais tarde, respectivo e eu no sentamos à mesa do quarto para jantar. Logo que iríamos iniciar nossa refeição, uma surpresa: o pequeno bocejou. Olhamos para a sua direção e a frestinha dos olhos estava novamente aberta. Nosso coração acelerou. Será que o pequeno estava acordando? Extasiados, corremos para o seu lado e ficamos esperando que seus olhos se abrissem por completo, no entanto eles se mantiveram daquele jeito. Levemente semi abertos. Não era bem o que esperávamos. Por um lado, nos sentíamos frustrados porque havíamos esperado muito mais. Sonhávamos em vê-lo acordando pronto, sem sombra de qualquer sequela. Esperávamos que o pequeno abrisse seus olhos, sorrisse, nos chamasse, saísse pulando e correndo da cama... Mas para quem não sabia se algum dia iria ver seus olhos azuis brilhar novamente, aquela frestinha era um belo primeiro passo.
Apesar da novidade, estávamos nos deparando com um novo problema. Quando ainda estávamos na UTI, havíamos sido apresentados a uma circunstância que acaba acontecendo com grande parte das pessoas que sofre alguma lesão cerebral mais severa: a espasticidade. O pequeno vinha apresentando um tônus muscular alterado, sendo que os músculos do seu corpo, em especial os das pernas, pés, quadril, braços, mãos e pescoço, estavam adquirindo uma rigidez tal que dificultava seu posicionamento adequado e confortável na cama. Logo de cara fomos alertados: a longo prazo, essa rigidez começaria a causar uma série de deformidades pelo seu corpo. Ver meu pequeno com seu corpinho todo rígido e pensar na dor que aquilo provavelmente estaria lhe causando estava me consumindo mais do que qualquer coisa. Certa noite, eu e o respectivo estávamos tentando posicioná-lo na cama para irmos dormir, mas não estávamos conseguindo de jeito nenhum vencer a maldita espasticidade. O stress daquela situação começou a tomar conta de nós e, antes que pudéssemos evitar, estávamos nos desentendendo pela primeira vez desde o acidente. Mais angustiada do que eu poderia suportar com toda aquela situação, decidi sair do quarto e, sem pensar onde ir, acabei parando na capela do hospital. Me coloquei de joelhos diante do altar e da cruz e deixei o desespero tomar conta de mim em forma de choro e prece. Em prantos, eu implorava a Deus que livrasse o pequeno de toda aquela dor e das deformidades. Já bastava tudo o que ele estava passando. Olha para a dor do pequeno, Pai. Olha para a minha dor de mãe, eu suplicava incessantemente. 
Não faço ideia de quanto tempo passei ali rezando. Quando terminei, meus olhos ardiam de tanto chorar, mas meu coração estava mais leve. Peguei meu celular e vi que eu havia recebido uma mensagem de um número desconhecido. Mais um soldado do nosso exército. A mensagem na verdade era um áudio que contava um milagre de cura recebido por um menino que sofria de algum tipo de câncer. No final da mensagem, a narradora repetia sem parar: Jesus se importa com a sua dor. Jesus se importa com a sua dor. Jesus se importa com a sua dor. Palavras vindas diretamente do céu. Era como a voz de um anjo me falando exatamente o que eu precisava escutar. Jesus se importa com a dor do pequeno, com a minha dor e a do respectivo. Ele certamente tinha me visto chorando e implorando naquele momento. Ele se importava com a dor que todos nós estávamos sentindo. E em meu coração não havia dúvidas, Ele iria nos atender. No dia seguinte, quando acordamos, notamos que o pequeno estava diferente. Não estava tenso como nos dias anteriores. Pelo contrário, estava muito mais relaxado do que o normal. Não estava com todos os músculos soltos como deveria, mas havia uma melhora nítida em seu corpo. Estava muito mais fácil de posicioná-lo e manuseá-lo. A rigidez não deixou de vez o pequeno e em alguns momentos do dia voltou a ser exatamente como costumava. Mas o fato é que a maior parte do dia ele tinha passado relaxado. E eu tinha passado o dia tomada por um sentimento de paz tão grande que há dias eu não sentia. Paz e gratidão. Deus não só havia ouvido minhas súplicas como havia me atendido prontamente. Ele realmente se importa com a nossa dor.
O tempo que passamos internados com o pequeno no quarto passou muito mais rápido do que quando estávamos na UTI. Passávamos o dia em função de posicioná-lo na cama e estimulá-lo com o que podíamos. Seus olhinhos agora se abriam cada vez mais. Mas só. Abriam-se e ele permanecia do mesmo jeito, como se continuasse dormindo. Enquanto ele continuava dormindo, o tempo voava do lado de fora das paredes do hospital. O final do ano já estava se aproximando, e com ele as festas de Natal e ano novo. Era como se estivéssemos congelados no tempo vendo a vida passar. Quando comecei a me dar conta da proximidade dessas datas e lembrava de tudo que tínhamos programado para aquele final de ano, meu coração se enchia de dor e angústia. Seria um final de ano tão especial, com uma série de festividades programadas. Reencontraríamos pessoas da família que há tempos não víamos, iríamos curtir alguns dias na praia - que o pequeno simplesmente adora - e faríamos o chá de bebê da pequena. Sem contar que seria o primeiro Natal que o pequeno iria de fato curtir a festa, os presentes, o Papai Noel. Perdi as contas de quantas vezes fui dormir pedindo a Deus que nos poupasse daquela dor e trouxesse o pequeno de volta por completo antes que o Natal chegasse. Faz um milagre de Natal, eu pedia.
Conforme os dias foram se passando, a angústia foi dando lugar a um novo sentimento. Quanto mais tempo eu passava buscando a Deus, mais eu me dava conta que não havia motivo para tristeza. Não, eu não passaria o Natal em casa, com uma bela ceia, cercada da família, trocando presentes. Eu passaria num hospital, não haveria Papai Noel, apenas alguma refeição não tão elaborada que conseguíssemos levar para esquentar e comer ali mesmo no quarto. Mas não tinha sido assim afinal, na simplicidade do que as circunstâncias tinham permitido, que o Natal tinha surgido? Comecei então a me dar conta que passar um Natal sem a abundância a qual estávamos acostumados nos aproximava ainda mais de Deus. Vínhamos buscando exercitar a gratidão e com certeza não havia momento mais propício para sentir-se grato do que a celebração do nascimento Daquele que havia salvado nossa família de uma tragédia. Daquele que, por sua paixão, morte, cruz e ressurreição, havia aberto as portas do céu e nos permitido vivenciar o milagre da cura do nosso pequeno. Quanto mais eu pensava no verdadeiro significado daquele data, mais a tristeza dava espaço à gratidão e a uma sincera alegria. Sem aquele nascimento, sem aquela celebração que ano após ano realizávamos sem nos aprofundar no que de fato estávamos comemorando, nada do que estávamos vivendo seria possível. O pequeno já não seria possível, apenas uma lembrança dolorida e um vazio no nosso peito. Não havia mais dor, nem angústia, nem dúvidas: aquele seria o Natal mais especial que eu já tinha vivenciado. 
O ano de 2016 chegava aos poucos ao seu fim. E nós estávamos mais transformados do que nunca. Se alguém tivesse nos contado como terminaríamos aquele ano, acho que eu não teria acreditado. Tudo que estávamos vivendo parecia tão surreal. Tudo que havíamos vivido até antes do acidente parecia pertencer a uma outra vida. A transformação espiritual que havia tão drasticamente acontecido conosco já não nos permitia seguir a vida que antes vivíamos, ainda que o pequeno acordasse ali naquele momento e saísse falando e andando, e pudéssemos enfim voltar para casa. Ele ainda não havia acordado. Ele abria os olhos por inteiro agora. Mantinha-os abertos boa parte do dia e os fechava e relaxava durante alguns períodos. Era nítido que agora ele alternava momentos de vigília e sono. Mas, quando estava acordando, não interagia conosco. Ou parecia não interagir. Talvez porque não conseguisse, ou porque não estivesse consciente apesar de estar com os olhos abertos. Não sabíamos e confesso que não fazia diferença. Esperávamos mais, muito mais. Nos mantínhamos na esperança e na fé de que em algum momento ele abriria seus olhos e estaria completamente recuperado. Mas cada dia que passava sem que isso acontecesse, nos perguntávamos se ele iria de fato se recuperar. Seus olhos azuis estavam ali, abertos. Mas não pareciam mais brilhar...

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Nota sobre o atual estado de saúde do pequeno: tivemos alta hospitalar domingo passado. Já estamos há uma semana podendo cuidar do nosso pequeno em casa. A espasticidade que tinha dado uma grande melhora no final do ano passado, voltou com tudo nas complicações pós-cirúrgicas do pequeno. Agora, podendo curtir as comodidades da casa, notamos que aos poucos ele vem conseguindo vencer a rigidez muscular. Mas ainda há muito que recuperar para voltar ao que era antes da cirurgia da gastrostomia. E ainda mais para voltar ao que era antes do acidente. 
Agora que estamos em casa, estamos indo atrás dos melhores tratamentos que podemos dar ao pequeno para ajudá-lo com a recuperação neurológica. Seguimos confiantes de que Deus irá prover a cura, pedimos apenas que Ele nos guie nesse caminho até que possamos ver nosso pequeno pleno novamente.

Obs.: sigo querendo postar com mais frequência. Mas a pequena tem me mantido acordada boa parte das madrugadas, e durante o dia fico dividida entre os cuidados dela e do pequeno. A quem vem acompanhando nossa história, minhas sinceras desculpas pela demora. Prometo que postarei sempre que conseguir!