quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Intro.

Certo dia, numa conversa de bar, um casal de amigos comentou comigo e com o respectivo que gostava de conversar com a gente sobre filhos, porque gostavam de ouvir nossas experiências e opiniões sinceras. Há pouco mais de um ano, nosso pequeno chegou ao mundo. Eu e o respectivo havíamos comemorado nosso primeiro ano de casamento há apenas 6 meses, mas estavámos desejando ansiosos a chegada dele. Nos sentíamos prontos para nos tornar pais, para aumentar nossa pequena família, até então formada por nós dois e dois cachorros. Mal sabíamos o que nos esperava. Principalmente eu. Hoje, 1 ano e alguns dias depois da chegada dele, olho para trás e sinto vontade de rir. Rir das certezas que vi cair por terra, das teorias que tentei tão inutilmente aplicar, das dúvidas, dos medos, do caos que se instalou na minha vida. Rio de mim mesma, um riso leve, aliviado, por saber que eu consegui sobreviver ao - ou melhor, vivi intensamente cada segundo do - primeiro ano de vida do meu pequeno. Rio ao pensar em toda a transformação pela qual passei, e rio ainda mais alto ao me dar conta de que hoje eu sou uma pessoa melhor.
Houve um tempo em que eu me dediquei a escrever sobre decoração. Sou apaixonada por isso. Por lares pensados e arrumados com carinho, por ambientes de encher os olhos, por cantos coloridos e aconchegantes. Mas aí o pequeno chegou na minha vida e eu não consegui me dedicar a mais nada que não fosse ele. E junto com ele, veio a necessidade de escrever, falar sobre a maternidade, sobre as coisas que ninguém me falou e eu senti e vivi mesmo assim. Experiências e opiniões sinceras.
A paixão por decoração da casa continua aqui, temporariamente arquivada, mas não esquecida. De vez em quando consigo exercer um pouco dela. Mas acontece que eu descobri uma paixão que ainda não conhecia: a paixão por ser mãe. Amo o universo materno, amo estudar, tentar compreender e conquistar com o pequeno cada fase pela qual ele passa. Duas partes de mim que andam unidas, cada uma dando espaço a outra sempre que possível. Do lar à maternidade. Que ambos sejam doces!..