terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Hit the road, Jack.

Sempre tivemos o hábito de viajar com o pequeno. A primeira viagem dele foi até São Paulo, para o seu batizado, quando ele estava prestes a completar 2 meses. Seguiu-se a sua primeira viagem de avião, entre 2 e 3 meses de vida, para as festividades de final de ano com a família em Floripa. De lá para cá, foram inúmeras idas para São Paulo, várias para o Sul - incluindo uma road trip pelas cidades onde alguns parentes meus moram -, Rio de Janeiro, Foz do Iguaçu e, mais recentemente, Manaus. Nós sempre estivemos com o pé na estrada. É da natureza do respectivo e um prazer para mim. Antes do pequeno nascer, tínhamos uma meta de conhecer ao menos um lugar novo por ano. Além do mais, moramos longe da nossa família e acabamos aproveitando feriados e férias para estar mais próximos. Nunca nos intimidamos em viajar com o pequeno. Quanto antes ele pegasse gosto por esse nosso hábito, melhor. Com pouco mais de 1 ano de vida, já posso dizer que ele se sente em casa com o pé na estrada. E essa viagem que fizemos para Manaus só veio a reforçar esse sentimento.
Na semana que antecedeu a viagem, pequeno estava impossível. Teve umas crises de choro sem motivo que não havia cristão capaz de acalmar. Nem o meu colo, que costuma resolver rapidamente nos piores momentos. Tentei pegá-lo algumas vezes, mas tudo que ele fazia era se contorcer e tentar se jogar dos meus braços. Recorri a minha irmã e ela comentou que o meu sobrinho já havia feito a mesma coisa algumas vezes. O "terrible two" se aproximando, segundo ela. E foi aí que eu comecei a tremer nas bases. Já pensou uma viagem de quase 4 hora de avião com um pequeno nesse estado de espírito? Já pensou ter que enfrentar uma crise de choro dessas sabendo que todos os demais quartos do hotel estão ouvindo? Não me admiraria que o conselho tutelar acabasse batendo na porta com suspeita de maus tratos, tal o desespero da minha cria... Só que não só o pequeno não teve nenhuma crise, como nos surpreendeu de diversas maneiras. Em primeiro lugar, ele dormiu absurdamente melhor, chegando ao ponto de nós acordamos antes dele pela manhã e termos que despertá-lo se não iríamos perder o café da manhã que fechava às 10h30!! Isso vindo de um pequeno que acorda sempre entre 7h e 8h da matina, mesmo em finais de semana e feriados. Pensa numa mãe descansada e serelepe. E ainda não satisfeito em nos surpreender, comportou-se de tal maneira que algumas das pessoas que o conheceram durante a viagem nos diziam admiradas "nossa nunca vi uma criança tão calma e comportada quanto ele!". Isso mesmo, o meu pequeno, aquele que não guenta nem 10 minutos sentado num carrinho de compras do mercado. Eu sorria incrédula e agradecia soltando um sutil "ahh mas ele tem os seus momentos.."
Quando começamos a planejar essa viagem, eu conversei com o respectivo sobre toda a logística que teríamos com o pequeno. A viagem de carro de 3h até o aeroporto, seguida por 4h confinados num assento minúsculo de avião. Temia pela nossa sanidade tendo em vista todo o escarcéu que um pequeno entediado por esse longo trajeto poderia fazer. E aí ele vem e nos brinda com uma das viagens mais tranquilas que já fizemos. Isso considerando um senhor atraso em razão de reparo na aeronave que culminou com mais de 1h de espera dentro do avião pelos ônibus "de resgate". Essas horas eu fico me perguntando: será que dou pouco crédito ao meu pequeno? Será que minha memória se agarra com unhas e dentes nos piores momentos dele, o que acaba me deixando em estado de alerta esperando que a qualquer hora e momento aconteça uma crise de novo? Talvez sim. Ou talvez ele seja mesmo esse furacão todo que me faça temer momentos de explosão, mas a sua ainda tão pequenina alma aventureira - herdada sem dúvida do pai - encontre a sua paz e quietude na estrada, na descoberta do desconhecido. Se assim for, prepara o coração mamãe. Tá aí um passarinho que não nasceu para ficar no ninho...
Pequeno em terras manauaras.

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