terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Do not sit on the stairs.

Tem uma série de coisas que eu achava sinceramente antes de ser mãe que eu não faria com o meu filho e acabei fazendo. O famoso "mordi a língua". Uma das coisas que eu tentei resistir ao máximo, foi a televisão. Lembro que no começo, eu chegava a chamar a atenção do respectivo se via ele com o pequeno no colo num ângulo em que ele tinha acesso à tela da televisão. Aos poucos, fui me desapegando disso. Mas depois que eu passei a liberar alguns momentos de televisão, descobri que eu não tinha muito com o que me preocupar. O pequeno nunca durou muito mais do que 5 minutos focado na TV. Logo ele se entedia e parte para outra coisa. Fico um pouco na dúvida se acho isso bom ou ruim. Por um lado, seria bom às vezes ter uma meia horinha dele sentado quietinho assistindo TV para organizar a casa ou fazer as minhas coisas. Mas por outro, gosto muito desse lado ativo dele. Se ele um dia acabar se tornando uma criança vidrada em televisão, que demore o máximo possível.
Mesmo sabendo dessa natureza dinâmica dele, às vezes eu me atrevo a desafiá-lo. A primeira vez que eu encarei o desafio de levá-lo num evento que exigia que ele ficasse sentado e quieto por cerca de uma hora e meia, ele tinha uns 10 meses. Levamos ele num show da Disney com vários quadros de música, dança, malabarismo e todos aqueles personagens fofos. Ele nos surpreendeu, ficou quientinho sentado no meu colo observando tudo atentamente. Só nos últimos 10 ou 15 minutos de espetáculo ele começou a se injuriar. Foi uma noite muito divertida! O teatro estava cheio de crianças fantasiadas de princesas, heróis e outros personagens dos filmes, e era lindo de ver todas elas interagindo com Mickey e companhia. Cheguei a pensar naquele dia que tinha enfim chegado o momento do pequeno curtir esse tipo de programa que requer atenção e corpo parado. Ledo engano...
Minha segunda aventura desse tipo com o pequeno, foi durante nossas férias de Setembro. Ele estava prestes a completar 1 ano, fazia um dia chuvoso e, presa num quarto pequeno de pousada sem muita opção do que fazer, eu decidi levá-lo ao cinema para assistir "O Pequeno Princípe". Ele ficou quietinho, sentado no meu colo, enquanto os trailers passavam... e pronto, acabou! Dali para frente foi um festival de seguir ele subindo e descendo as escadas do cinema que só terminou a meia hora do final do filme, quando ele enfim dormiu. Logo que ele levantou e demonstrou que não iria parar mais, eu pensei seriamente em me dar por derrotada e sair cabisbaixa do cinema. Mas eu olhei ao redor, vi que não chegava a ter 10 pessoas contando com nós dois, e decidi encarar. Engoli a vergonha do que os demais presentes provavelmente pensaram de mim e fiz do cinema a minha sala de estar. Afinal eu não conhecia ninguém lá mesmo, não iria rever nenhum deles nunca mais na vida, simbora ser feliz. Um olho na tela e um no pequeno, consegui ver o filme inteiro. Mas saí de lá prometendo a mim mesma que só levaria o pequeno num programa desses de novo daqui uns bons anos. Uma promessa que teve quase a mesma durabilidade de promessas de ano novo...
No final de semana que passou, levamos o pequeno no show de um grupo musical que ele adora. Eu estava otimista, afinal uma das únicas coisas que prende a atenção dele são as músicas desse grupo. Toda vez que eu coloco para tocar em casa, ele para o que está fazendo e fica remexendo o corpinho numa dancinha fofa em frente à tv. Imaginei que, como as demais crianças que lá estavam, ele não iria querer ficar sentado no colo parado, mas iria ficar prestando atenção nas músicas se requebrando - ou algo parecido com isso. Poor little me. Lá foi eu e o respectivo revezar na maratona de sobe e desce de novo. Não sei qual é a do pequeno com escadas, só sei que ele adora. É fissurado, para ser mais exata. Cheguei a ficar irritada com ele quando ele resistiu aos meus pedidos de ficar longe dos degraus, até me dar conta de que ele em nenhum momento me pediu para estar lá. Eu comprei os ingressos achando que ele iria gostar, mas ele não tinha obrigação nenhuma de querer participar comportado de um programa que ele não escolheu ir. Na verdade a obrigação era minha de saber que talvez ele não curtisse da maneira que eu esperava. E daí vinham as duas opções novamente: me dar por derrotada e ir embora, ou curtir do jeito que dava. Curtimos do jeito que deu até o final. E saí de lá fazendo uma nova promessa, dessa vez mais séria porque prometi para ele e não para mim mesma: te prometo, meu pequeno, aceitar essa tua natureza ativa. Se você não for do tipo que curte um cineminha ou um teatro, tudo bem, mamãe vai encontrar outras coisas que te agradem mais. Um passeio no parque, um dia de praia, um picnic ao ar livre. Por ora chega desses programinhas em lugares fechados que te exigem um certo grau de contenção. A não ser que tenha por aí uma exposição de escadas. Daí, meu amor, nós seremos os primeiros da fila.
Logo percebe-se que eu estava muito mais animada que o pequeno com o evento...

Um comentário:

  1. Exposição de escadas foi boa sys! kkkkkkkkk Se achares uma dessas me avisa. Marco vai adorar tambem! To adorando o teu blog! bjocas

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